terça-feira, 27 de setembro de 2016

SEGUNDO TRECHO - SÍTIO MOANA A AIURUOCA - 24/12/2016

Acordamos após uma deliciosa noite de repouso! Todas as janelas do chalé são de vidro, por isso, acordamos naturalmente conforme o dia foi clareando. Eu diria que, acordar dessa forma, é uma das melhores que há! A noite foi bem fresca, necessitando dormi com um edredom, o que talvez tenha colaborado ainda mais com nosso descanso. 

Quando fomos para a cozinha, encontramos o 'Passeio' dando uma voltinha pelo sítio. 


O café da manhã foi perfeito, com pães, bolo, frutas, frios e iogurte, digna daquelas manhãs que precedem um bom dia de pedal. 


Antes de ir, um chameguinho no totózinho. 


Voltamos para o chalé, arrumamos nossas coisas e nos despedimos de Catarina. Na sequência, começamos a nos despedir do maravilhoso lugar que tão receptivamente nos guardou por mais um dia. (Obrigada Solange e Lily <3 )

Segue alguns pontos de destaque de hoje:
  • 800m - Bairro Cahoeirinha - bar e mercadinho
  • 6,6 km - Subindo sempre! Parque Estadual Serra do Papagaio Bar e placas. Esquerda para o Bairro do Garrafão. 
  • 15,9 km - Início do calçamento - descida
  • 18,7 km- Igreja
  • 20,4 km - Ponte
  • 24,9 km - Bairro do prateado
  • 27,3 km - Entrada da cidade Alagoa
  • 27,8 km - Padaria Central 
Partimos então, pela mesma rodovia que nos trouxe ontem até aqui. Menos de 1 km depois do sítio há um mercadinho, que pode ser utilizado para se abastecer, visto que os próximos quilômetros não tem nenhum ponto de apoio. 



O trecho a seguir é de aclive acentuado, basta observar as montanhas ao fundo, e é percorrido em paralelepípedo. Como a manhã estava fresca, aproveitamos muito bem para pedalar e apreciar as belas paisagens. 








Apesar de tudo estar correndo de forma muito agradável, como navegadora de nossa equipe, eu seguia com uma densa nuvem em meus pensamentos... o que fazer quanto ao Bairro do Garrafão?! O descritivo era claro: caso chovesse, não era recomendado subir, visto que o local fica com lama e a descida perigosa e escorregadia. Ainda assim, não passar por ali dava a sensação de estar perdendo algo muito especial, nesta viagem. Por isso, pedalava em silêncio tentando elencar os prós e contras de ir ou não, até o local. 

Bairro do Garrafão: Localizado na divisa de Itamonte e Alagoa. O local é ideal para visitas, explorações de cavernas e grutas da região. Conta-se que os jesuítas mandaram construir túneis, desviando a água de seus cursos naturais para que pudessem levar ouro e pedras preciosas das terras do Garrafão. O Parque Estadual da Serra do Papagaio abriga o pico do Garrafão, com 2.359m de altura e vista panorâmica. 

Parque Estadual Serra do Papagaio - É uma importante reserva de diversas espécies de mamíferos, aves e anfíbios. Destacam-se o mono carvoeiro, lobo-guará, papagaio do peito roxo e onça parda. Abriga também um remanescente de Mata Atlântica do Estado. Localizado na Serra da Mantiqueira, possui formação mista de campos, matas e área de enclave com matas de araucárias. Ali encontra-se a nascente dos principais rios formadores da bacia do Rio Grande, responsável pelo abastecimento dos grandes centros urbanos do sul de Minas. Engloba importantes conjuntos montanhosos como as Serras do Garrafão e do Papagaio. 50% da área tem declividade acentuada e altitudes máximas acima de 1.800m. O Pico da Bandeira, localizado na Serra do Papagaio, tem 2.357m.


Pouco antes de chegar na entrada do bairro, conhecemos um ciclista chamado Márcio, da cidade de Itamonte, que seguiu pedalando por uns quilômetros em nossa retaguarda. Conforme fomos subindo, o colocamos a par de nossa dúvida quanto a entrar ou não no parque. Imediatamente ele nos sugeriu não entrar. Ele nos disse que conhecia bem a região e que recentemente havia subido com seu grupo até lá, para pedalar, e havia muita lama no local. Provavelmente, com a chuva do dia anterior, poderia ter agravado ainda mais a situação. Também nos disse algo que me deixou bem tranquila. O caminho a seguir, mesmo indo por fora do parque, nos guardava um belo visual que permitiria belas fotos e uma ótima recordação. Nos convidou inclusive a voltar, noutra oportunidade, para fazer um pedal com o Bike Brothers, só para subir e descer o Garrafão. Sob sua sugestão, decidimos seguir em frente e deixar para outra oportunidade a subida em questão.



Mas, como meu objetivo vai além de contar apenas o que fizemos, oferecendo o máximo de informações sobre o percurso, segue algumas fotos emprestadas da subida/descida ao Bairro do Garrafão. (fotos de Oswaldo Buzzo e Edna Bike)






Alias, outra informação importante é que, por aqui há várias bicas com água potável e fresquinha. 


Logo após a entrada do parque, a estrada ficou mais plana e uma maravilhosa vista panorâmica abriu-se em nosso campo de visão. Imediatamente me lembrei do ciclista Márcio, que nos ajudou com a decisão de seguir em frente... que lugar maravilhoso!


A descida foi impecável, com várias vistas de perder o fôlego! Perdi as contas de quantas vezes parei para fazer fotos. 










Em alguns quilômetros, chegamos a famosa cidade do queijo que leva seu nome: Alagoa.



Alagoa - Cidade pequena e tranquila, com apenas 2.800 habitantes, localizada entre as lindas montanhas da Serra da Mantiqueira, ao sul de MG. Possui inúmeros atrativos naturais e está descobrindo vocação para o turismo ecológico, já que 80% da sua topografia é montanhosa. Infelizmente, hoje, possui pouca estrutura para atender os turistas. 

Queijo de Alagoa - queijo parmesão artesanal, feito até hoje com leite cru (não-pasteurizado). Qual o segredo do delicioso queijo? Altitude! As altitudes de Alagoa se igualam aos pré-alpes suíços. Topografia, clima, água e o tipo de pastagem, estão entre outras características peculiares que formam o saboroso queijo. Além disso, um queijo comum leva 5 L de leite para a composição de 1 Kg de queijo. O queijo de Alagoa tem a proporção de 10 L para 1 Kg. 



Assim que chegamos na cidade, entro no primeiro estabelecimento perguntando onde encontraríamos o famoso queijo! Um senhor nos sugeriu ir a uma loja pequenininha, no centro da cidade, onde a especialidade são queijos fresquinhos. Seguindo a sugestão, lá fomos em busca de mais uma experiência. 



Conversamos um pouco com o rapaz que ganha a vida produzindo vários tipos de queijo: fresco, meia cura e o 'TAL' Parmesão de Alagoa. Pedimos para experimentar o danado do queijo que é realmente 'tudibão', como diz o mineiro!


Compramos 1/4 do queijo e seguimos para a praça matriz, a fim de comer nosso lanche. 




Após nosso 'almoço' e um breve descanso, seguimos sentido Aiuruoca. Uma última foto, saindo da cidade. 


Alguns pontos de destaque, do trecho a seguir:
  • 2,8 km - ponte sob o Rio Dourado
  • 3 km - Cachoeira do Ouro que Fala
  • Trechos a seguir muito arborizados, com presença de araucárias.
  • Lado direito/Frente - Pico do Rincão e Serra dos Charcos.
  • Roteiro seguirá a direita do rio.
  • Bairro dos Nogueiras / Fazenda, com o Pico e a Serra em evidência atrás da casa.
  • Bairro Fonseca
  • Do lado esquerdo - Pico do Papagaio
  • 19,50 km Fazenda Guapiara
  • 20 km - ponte, siga a direita sentido Aiuruoca
  • Visual magnífico do Pico do Papagaio
  • 26 km - Estalagem Mirante
  • 30 km - Aiuruoca
Assim que iniciamos o trecho seguinte, nos deparamos com uma cobra no meio da rua. 


Paramos para apreciar sua passagem e, na sequência, seguimos viagem.

O caminho que se seguiu foi de uma beleza diferente, se comparado aos outros dias... era mais plano e fácil de pedalar. Difícil foi não parar o tempo todo, para mil vezes para fotografar. 



Pedalamos por vários quilômetros em trilhas arborizadas, o que nos ajudou muito com o calor! Outro detalhe é que não cruzamos com mais ninguém, durante muitos quilômetros. Os únicos sons ouvidos era do rio, que segue margeando a estrada, o cascalho sob os pneus, e de alguns passarinhos.







Na sequência, pedalamos em trechos mais abertos, com serras e montanhas magníficas a nossa volta. 







Achei a 'casinha dos sonhos' de meu pai! Acho que ele mudaria apenas a cor, pois rosa não é sua cor preferida. 


Apesar de tudo estar tão perfeito, as nuvens escuras novamente começaram a nos rodear. 


Após alguns quilômetros, passamos a enxergar o famoso Pico do Papagaio! 


Pico do Papagaio - é o principal atrativo turístico de Aiuruoca e compõe-se de um conjunto de elevações em forma de corcova, localizado dentro do Parque Estadual da Serra do Papagaio. Sua altitude supera 2.000m e do topo tem-se uma visão panorâmica magnífica. 

A cada quilômetro, nos aproximávamos mais do pico. Sua formação é de uma beleza incrível!



Para onde quer que olhássemos, víamos uma paisagem mais linda que a outra!


De repente, com a queda da temperatura, os vapores passaram a se condensar em gotas, grandes e pesadas, que não se sustentaram mais sobre nossas cabeças... sim, houve uma precipitação pluviométrica daquelas!! Olha a chuvaaaaaa.... Por sorte, um grande amigo me havia sugerido carregar uma lona, nas próximas cicloviagens, para qualquer emergência. Costumo achar que, quando alguém me sugere algo novo, vou me arrepender se não der ouvidos. Apesar de não compreender plenamente, até aquele momento, qual seria a emergência, uma luz surgiu na minha cabeça, onde gritei: Pega a lonaaaaa!!! E que sorte a nossa... a descarga de água foi tão intensa que teríamos molhado até os 'fundilhos' sem ela. Olha algumas imagens deste momento:




Após uns 20 minutos de intensas chuvas, tudo cessou como se nada tivesse acontecido! Graças a tal 'lona', saímos dessa secos, são e salvos. Só posso dizer o seguinte: a lona passou a fazer parte da minha vida (rs). 

Continuamos por mais alguns quilômetros apreciando o Pico do Papagaio, que passou a ser o centro das atenções. 


E novamente outro aguaceiro... mas, dessa vez, conseguimos nos refugiar em um ponto de ônibus. 


Aproveitamos enquanto aguardávamos para nos alimentar novamente. 

Assim que a chuva parou, seguimos caminho em direção a Aiuruoca. Pouco antes de chegar na cidade, houve uma dura subida que, devido ao esforço do dia todo, decidi descer para empurrar a bike. Por sorte, antes de seguir descendo esta subida, olhei para trás em busca do Filipe e tive uma das mais belas visões de montanha da viagem: 


Aquilo não parecia real! Parecia um quadro, uma pintura. 


Fui simplesmente obrigada a parar e contemplar tal imagem, por algum tempo, com tamanha admiração, que não sei nem como descrever! A chuva e o sol haviam dados reflexos muito especiais a montanha... e justamente neste momento, fomos agraciados com o tal fenômeno. Profundamente agradecida, até mesmo pela chuva, segui em frente, sorrindo... 

Aiuruoca - Em tupi o nome da cidade significa Casa de Papagaio. Hoje tem aproximadamente 7 mil habitantes. É considerada o 'Paraíso dos Ecoturistas' devido as duas cachoeiras, como a Cachoeira dos Garcias, uma das mais belas, Parque Estadual Serra do Papagaio com suas belas montanhas! Tem o internacionalmente conhecido Carnaval Antecipado de Aiuruoca. O rio da cidade possui uma nascente mais alta do Brasil, com 2.450m de altitude. 

Assim que chegamos a cidade de Aiuruoca, fomos para a Pousada Dois Irmãos. Como hoje era dia 24/12, natal, previ que teríamos dificuldade de encontrar um local para o jantar. Por isso, deixamos as coisas na pousada e saímos consultar nossas possibilidades. Como já imaginávamos, todos os estabelecimentos estavam fechando. Por isso, voltamos a pousada e pedimos ao proprietário que me autorizasse usar sua cozinha, para fazer um macarrão. Ele gentil e prontamente nos liberou. Portanto, compramos os ingredientes em um mercadinho localizado exatamente ao lado da pousada e subimos para nos limpar. Quando sai em direção a cozinha, pude observar com mais calma o belo visual que tínhamos da varanda aqui de cima. 


Fiz o que meu marido chama de 'minha especialidade', macarrão parafuso, com carne moída, molho rose e queijo meia cura picado (pedaços grandes)... ficou fenomenal! 



E enquanto jantávamos, o sol foi se aninhando em seu cosmo nos dando mais uma noite, agraciada de esplendor. 



Sobre este dia: O caminho não foi extremamente difícil, no entanto, deve-se levar em conta que não passamos no Bairro do Garrafão, o que teria aumentando grandemente a fadiga, visto não ser possível pedalar na subida. A beleza dos locais visitados foram um grande atrativo e, como destaque, o Pico do Papagaio que enfeita grandemente o passeio no período da tarde. Sugiro experimentar o Queijo de Alagoa! A Pousada Dois Irmãos, apesar de simples, tem tudo o que precisamos. Gostaria de fazer um destaque quanto a limpeza das acomodações! A roupa de cama estava extremamente cheirosa e o preço é justo. Eles nos deixaram usar a máquina de lavar gratuitamente!

Gastos:
Pousada Dois Irmãos R$ 160,00
Água, Queijo, Gatorade R$ 20,00
Jantar R$ 50,00
Total: R$ 230,00





Fonte
http://www.portalterrasaltas.com.br/cidade-itamonte.php
http://www.ief.mg.gov.br/areas-protegidas/211?task=view
http://www.aiuruocaminas.com.br/un-portfolio/pico-do-papagaio

3 comentários:

  1. Que imagem, aquela foto da montanha depois da chuva...uma das minhas preferidas nessa ciclo! Impressionante!!!! Mais uma vez, um dia muito bem narrado, recheado de experiências vividas e cultura compartilhada.

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  2. Oi obrigado por dividir o seu trajeto, estamos fazendo claro com algumas variacoes. Mas valeu pelas dicas.

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